Após um determinado tempo de vida, é comum que as funções do corpo comecem a se modificar. A partir dos quarenta anos, homens e mulheres passam pelo que chamamos de andropausa (no caso deles) e menopausa (no caso delas). Estas situações, que vêm acompanhadas de uma série de incômodos físicos e podem causar abalo psicológico, podem ser abrandadas com a reposição hormonal.
Se você está passando por este momento ou conhece alguém que está, fique por aqui: este artigo tem como objetivo desmistificar estas fases sexuais e apresentar algumas soluções para quem está em busca de minimizar o mal estar causado pela oscilação dos hormônios.
Quais são os sintomas da menopausa e da andropausa?
Cada corpo é único e, por isso, os sintomas e a intensidade deles podem variar bastante. Em geral, indivíduos atingidos pelo impacto desta fase costumam apresentar:
- diminuição de massa muscular;
- fragilidade óssea;
- perda cognitiva (problemas para manter a concentração e de memória);
- variações de humor;
- quadros de depressão ou ansiedade;
- perda da libido.
Existem pessoas que relatam, além disso, modificações corporais mais visíveis, como perda ou ganho de peso abrupto, queda de cabelo ou crescimento de pelos em áreas não convencionais.
Não é incomum, aliás, que mulheres na menopausa passem pelo que chamamos de hirsutismo, que é quando as penugens do corpo se tornam mais espessas e, por isso, mais evidentes. Quadros como este tendem a interferir na autoestima e podem piorar a depressão e os sintomas depressivos.
Como a reposição hormonal atua?
No caso do público feminino, é comum que o tratamento seja feito por meio de reposição de estrogênio, combinado ou não com a progesterona, por via transdérmica ou oral. Os homens, por sua vez, recebem um reforço de testosterona.
Repor os hormônios auxilia na diminuição da perda de massa óssea, evitando a osteoporose, ajuda na manutenção do foco e da objetividade, alivia a angústia e a tristeza e previne, entre outras coisas, a frustração sexual e a fadiga.
Esta terapia apresenta efeitos colaterais?
Como toda intervenção médica, é possível que a reposição de hormônios venha acompanhada de algumas consequências. Nenhum tratamento deve ser feito sem o acompanhamento ou a orientação de um médico responsável, especialmente quando estamos falando sobre medicações que alteram o metabolismo e agem diretamente no funcionamento das glândulas de um indivíduo.
Especialmente no caso das mulheres, este processo medicamentoso pode aumentar as chances de eventos como infarto e derrame. Alguns estudos sugerem que a reposição hormonal pode ser um fator de risco para o câncer de mama, mas isso ainda não foi comprovado cientificamente. O que sabemos é que pessoas que já foram diagnosticadas com câncer em estágio inicial não devem se submeter a este procedimento.
Para saber se uma pessoa pode ou não passar pela reposição hormonal, o médico endocrinologista deve avaliar fatores de risco clínicos e presença de contra-indicações, eventualmente solicitará exames. Deverá sempre acompanhar de perto a evolução do caso. Retenção de líquido, assim como aumento da pressão arterial, podem ocorrer. Vale sempre ficar atento para o que o corpo está dizendo: ele é sempre a nossa maior referência.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista no Rio de Janeiro!