Embora falemos muito sobre a tireoide – e sobre as alterações que ocorrem nesta glândula e alteram o nosso corpo como um todo -, nem sempre explicamos de forma didática como ela funciona e o que devemos fazer quando ela não está tendo a performance desejada ou está sofrendo com alguma alteração.
Neste artigo, me concentrarei especialmente nos nódulos de tireoide, que são um tanto quanto comuns, mas causam certo sobressalto nos pacientes. Falarei também sobre as suas causas mais comuns e também acerca do tratamento utilizado, para tranquilizar os que porventura estejam passando por esta complicação ou tenham amigos e familiares que receberam este diagnóstico. Confira abaixo.
Para que serve a tireoide?
A tireoide está localizada um pouco abaixo das cordas vocais e produz os hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), responsáveis pelo bom funcionamento do metabolismo. Quando algo não vai bem, as pessoas podem ter alterações abruptas de peso, problemas no ciclo menstrual, dificuldade de concentração, fadiga, entre outras coisas.
O que são os nódulos que se formam na tireoide?
De forma muito resumida, um nódulo tireoidiano é uma alteração anatômica da glândula como um tecido que, digamos, “cresceu demais”. Conforme o tempo passa – ou seja, com o envelhecimento do corpo -, as chances de desenvolvermos nódulos aumentam.
É comum que associemos nódulos a doenças sérias, como o câncer, mas é preciso ter calma: nem 10% dos nódulos tireoidianos são cancerígenos. É importante descartar a hipótese, mas as probabilidades são bastante positivas.
“Descobrir” o nódulo não é difícil: exames de rotina e toque podem verificar alterações na tireoide de forma bem rápida. A confirmação do caso clínico é obtida com exames de ultrassonografia. Em alguns casos, o médico pode sugerir uma biópsia aspirativa, que é feita com uma agulha bem fininha e não costuma causar grandes incômodos.
Qual é o tratamento indicado?
A máxima “cada caso é um caso” também vale neste tópico. Nódulos que apresentam comportamento suspeito ou são cancerosos costumam ser retirados cirurgicamente; após a remoção, não é incomum que o paciente passe por um tratamento com iodo radioativo.
Nódulos de grande porte, mesmo quando não envolvem células cancerígenas, podem demandar cirurgia. Isto acontece porque, quando há um crescimento exacerbado de tecido tireoidiano ou mesmo um cisto inchado, os pacientes podem ter dificuldades para engolir ou mesmo complicações respiratórias.
Após o diagnóstico e o tratamento, o paciente será instruído a retornar ao consultório de seis em seis meses, para checar a saúde (e o tamanho!) da tireoide e refazer alguns procedimentos clínicos. Este acompanhamento, em geral, consiste em avaliação física e exame de ultrassom. Outros exames podem ser pedidos, é claro, mas isso vai depender do seu endocrinologista e da evolução do seu quadro clínico.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista no Rio de Janeiro!