Nos últimos dez anos, houve um aumento de 62% no número de brasileiros com diabetes, acompanhando uma tendência mundial. Ela está próxima de atingir 10% da população, fato que deve ocorrer daqui a poucos anos, sendo um pouco mais comum entre as mulheres.
O envelhecimento gradual da população, aliado às mudanças de hábito, tem sido relevante como causa do significativo aumento.
As tentações estão cada vez mais disponíveis ao mercado consumidor, tal como vêm diminuindo os estímulos para a prática de atividades físicas. A necessidade de uma alimentação rápida leva ao consumo de comidas pobres em nutrientes, que vão desequilibrando o funcionamento do organismo, aumentando o risco de diabetes.
Diabetes e tratamentos
Mesmo que os números de indivíduos diagnosticados com diabetes sejam impactantes, é ainda maior o número dos que ignoram ter a doença. Atualmente estima-se que 50% das pessoas com Diabetes tipo 2 desconhecem o seu diagnóstico.
A diabetes do tipo 1 é menos frequente dentre os casos. É uma doença autoimune desencadeada por diversos fatores ainda não muito bem estabelecidos. O indivíduo não produz insulina e, em geral, os primeiros sintomas surgem ainda na infância ou adolescência.
A diabetes do tipo 2 é a que mais cresce no mundo. É adquirida por maus hábitos alimentares e de estilo de vida ou como consequência de doenças associadas. História familiar de diabetes tipo 2 é um importante fator de risco para o desenvolvimento da doença. A obesidade é uma das principais influências da diabetes tipo 2.
O sintomas de ambas é a sede intensa, muita vontade de urinar, fraqueza constante e visão embaçada sem que exista um problema ocular específico. Um exame de sangue pode detectar a doença.
A Organização Mundial de Saúde vem buscando informar a população sobre a necessidade de se manter uma alimentação mais saudável e de serem incluídas atividades físicas rotineiras. Paralelamente, cientistas vêm pesquisando tratamentos modernos e o uso de tecnologia para controlar e até curar a doença.
O foco está, também, em reduzir custos nos tratamentos, uma vez que eles precisam ser mantidos por toda a vida e normalmente não são baratos. A doença também é causa de invalidez, tornando muitos profissionais inaptos ao trabalho.
Novos tratamentos para a doença
É possível que um portador de diabetes tipo 2 conviva com a doença sem necessidade de medicamentos. É necessário, entretanto, disciplina rígida na alimentação e nas atividades físicas, para manter o equilíbrio de insulina no corpo.
É preciso, também, fazer monitoramento constante para observar alterações no sangue. O método mais conhecido para monitoramento é um pequeno aparelho caseiro, que faz uma mínima picada no dedo e consegue detectar se a pessoa está bem ou não.
Uma tecnologia nova, que já está sendo utilizada em alguns centros médicos, detecta os índices de glicose no sangue apenas com um sensor, colado na parte de trás do braço. A pessoa fica com ele por 15 dias consecutivos e, ao final, ele terá detalhes sobre a doença e como ela ficou controlada no período.
Discreto, o sensor age como uma tatuagem temporária e é indolor, pois é aplicado na pele sem requerer perfuração. Sua medição tem sido considerada precisa em detectar hipo ou hiperglicemia, antes que ocorram crises.
Outro avanço tecnológico são as lentes de contato inteligentes. Elas podem medir os índices de glicose pelas lágrimas, por meio de um microchip embutido nas camadas de seu material.
Para portadores diabetes 1, a novidade é o pâncreas biônico, que monitora constantemente os índices de glicose no sangue e injeta insulina de forma subcutânea automaticamente, quando necessário. Porém as indicações precisas do método, sua eficácia a longo prazo e a viabilidade de acesso a população ainda são objetos de estudo.
Na nutrição, as dietas low-carb têm sido muito requisitadas. Com baixa de calorias e rica em nutrientes, além de ser indicada para a perda de peso, também age para equilibrar a produção de insulina.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista no Rio de Janeiro